O coletor de lixo que foi demitido após aparecer em vídeo brincando de fazer escolta armada de caminhão durante o expediente, no dia 22 de abril em Botucatu (SP), diz que recebeu propostas de novos empregos. O caso veio à tona na última semana, após as imagens viralizarem nas redes sociais.

 

Vitor Henrique Celestino, de 30 anos, contou ao g1 que ainda não fechou contratos, mas mantém a esperança de retornar ao mercado de trabalho o quanto antes. De acordo com ele, a família depende do seu salário para se sustentar.

“Eu tenho uma família de cinco filhos, um bebê de quatro meses, três meninas, de 3, 8 e 9 anos, e um menino de 14 anos. Os dois mais velhos são do meu primeiro casamento e pago pensão. Também moro de aluguel, então preciso voltar a trabalhar”, contou.

Apesar de desempregado, por conta da repercussão do caso, Vitor recebeu doações, ajuda para alimentação, valores em dinheiro e uma Bíblia.

Um morador gravou Vitor durante o expediente, simulando fazer a escolta armada do caminhão de lixo. No vídeo, ele também mexe com os colegas de trabalho. O que, segundo ele, era uma brincadeira se tornou um dos seus maiores “pesadelos”.

Isso porque Vitor sempre teve o sonho de trabalhar como coletor de lixo, contou ao g1. Conquistado o trabalho, o morador de Botucatu atuou por dez meses até a demissão. Antes deste emprego, também atuou na montagem de lanches em um trailer.

Recontratação
O coletor de lixo diz ter sido injustiçado por conta da demissão. Na quinta-feira (12), ele participou de uma reunião no gabinete do prefeito Mário Eduardo Pardini Affonseca (PSDB), com a participação de representantes da empresa Grupo Corpus, contratada pela prefeitura para fazer o serviço de coleta.

"O prefeito me disse que não viu nada de mais no vídeo e pediu para a empresa me contratar novamente. Eles disseram que vão analisar. Eu voltaria para o trabalho de coletor na mesma empresa, é tudo o que quero", afirmou Vitor ao g1.

A assessoria de imprensa da prefeitura confirmou a reunião, mas explicou que o chefe do Executivo "não tem autonomia para interferir na contratação ou demissão, e fica a critério da empresa a decisão".

Em nota, a empresa não se manifestou sobre o pedido de recontratação, mas confirmou "que o colaborador envolvido na filmagem não faz mais parte do quadro da empresa por descumprimento das instruções de trabalho. Ao não agir de acordo com as regras de segurança laboral, ele colocou em risco a sua integridade física e dos demais coletores".

Foi dito ainda que "a imagem em questão viola o Código de Integridade e Ética, recebido e assinado por todos os colaboradores logo após sua contratação, que no artigo nove dispõe sobre comunicações em nome do Grupo Corpus. As imagens, feitas durante o expediente, simulam uma prática de crime e atividade ilegal com a qual a empresa não compactua e rejeita veementemente".

G1