A Secretaria Estadual de Saúde confirmou nesta quinta-feira (4) 23 casos da variante brasileira do coronavírus no centro-oeste paulista. Em todo o estado de São Paulo, são 38 casos autóctones, ou seja, de pacientes que não viajaram ao Amazonas ou tiveram contato com pessoas do estado. Das 10 cidades que confirmaram casos da variante amazonense no estado, sete estão no centro-oeste paulista.

Segundo o governo do estado, foram confirmados 10 casos da cepa de Manaus (AM) em Jaú, quatro em Lençóis Paulista, três em Lins, três em Bauru, um em Pederneiras, um em Bocaina e um em Dois Córregos. Além disso, um caso foi confirmado nesta quinta-feira (4) pela prefeitura de Chavantes.

Em nota, o Departamento de Saúde de Dois Córregos, através da Vigilância Epidemiológica, afirmou que a cidade teve duas amostras escolhidas aleatoriamente pelo Instituto Adolfo Lutz, que resultaram na confirmação de um caso de contágio com a P1 e outro pela P2.

A partir dessa notificação, a prefeitura informou que deu início a uma investigação epidemiológica de cada caso para instaurar ações de contenção em Dois Córregos.

Em Bauru, a prefeitura disse que foram confirmadas três variantes P1, além de 23 casos de outras variantes já encontradas no Brasil.

A prefeitura de Lençóis Paulista disse que os pacientes com as variantes têm idades entre 31 e 62 anos. Diante da confirmação, a Vigilância Epidemiológica já iniciou um contato direto com os familiares dos pacientes para iniciar um bloqueio dos contatos próximos.

Disse também já determinou a coleta de material de todos os pacientes internados no Hospital Nossa Senhora da Piedade, com menos de 50 anos, para envio ao Instituto Adolfo Lutz para a testagem dessa e de outras variantes do vírus, conforme as orientações da portaria da Secretaria Estadual de Saúde.

Além dos casos no centro-oeste paulista, a Secretaria da Saúde de São Paulo informou que também já foram reportados um caso da variante brasileira do coronavírus na capital, 12 em Araraquara e dois em São José dos Campos.

Nova variante

Jaú foi a primeira cidade do centro-oeste paulista a confirmar casos da variante brasileira, no dia 13 de fevereiro. Depois de registrar três casos, a prefeitura endureceu as regras da fase vermelha da quarentena para conter o avanço do vírus.

Conhecida como P.1, a nova variante foi identificada primeiro em Manaus e é apontada como uma das causas do colapso do sistema de saúde da cidade no início deste ano, quando a capital do Amazonas sofreu uma falta de oxigênio nos hospitais devido à explosão de casos novos, com pacientes morrendo sufocados nos leitos.

De acordo com pesquisadores, a variante brasileira do coronavírus pode driblar o sistema imune de indivíduos já infectados pela Covid-19 e causar uma nova infecção. Além disso, pode ser até 2,2 vezes mais transmissível do que as outras variantes do vírus.

G1