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A Santa Casa de Itápolis (SP) corre o risco de fechar as portas. A dívida com fornecedores chega a R$ 15 milhões e a crise que já força a suspensão de cirurgias e tem gerado denúncia de pacientes.


Josimeire Cristina Tambarussi fez pré-natal pela rede pública de saúde e estava certa de que faria o parto na Santa Casa, única alternativa na cidade para quem depende do SUS. Mas no dia, ela conta que foi surpreendida pelo médico. “Ele olhou pra mim e falou assim, se você tiver R$1.750 eu faço sua cesárea, se não eu não posso fazer nada, ele disse que o hospital estava em greve”, conta.


Sem condições de pagar, ela diz que viajou 40 quilômetros até Taquaritinga para fazer a cesariana. Por pouco o bebê não morreu. “Ele (o médico) falou pra mim que se tivesse demorado mais um pouquinho, dilatado dois dedos, não ia dar pra salvar o bebê”, afirma.


A produção da TV TEM entrou em contato com a prefeitura sobre a denúncia da paciente. A administração disse que não tem conhecimento de nenhuma denúncia desse tipo, mas que vai apurar e tomar as devidas providências.


As cirurgias estão em segundo plano na Santa Casa de Itápolis. As eletivas já foram suspensas com 400 pacientes na fila. No setor de tomografia, o serviço está suspenso há mais de 15 dias porque esta máquina quebrou e faltam recursos para fazer a manutenção. Os pacientes que precisam fazer este exame estão sendo deslocados para o município de Matão.


O interventor da Santa Casa diz que o hospital é mantido com o repasse do SUS que é usado para pagar os 220 funcionários e com R$ 416 mil da prefeitura, mas, só o Pronto-Socorro gera um gasto de quase R$ 600 mil por mês. “Já tem 15 dias que nós não pagamos a nossa medicação. Corremos sério risco mesmo de fechar as portas. Com certeza”, afirma Jorge Henrique Mello do Amaral 


O prefeito de Itápolis diz que não tem como aumentar o repasse porque o orçamento está no limite. Ele está tentando negociar com a Câmara de Vereadores para pelo menos zerar a fila das cirurgias eletivas.


Enquanto isso a Santa Casa conta com a ajuda de voluntárias como a Adriana Cristina Amaral Tomás. “Toda semana a gente faz uma arrecadação de frutas, legumes, alimentos com alguns clubes que ajudam a gente e estamos conseguindo manter praticamente a alimentação toda da santa casa”, afirma.


A prefeitura e os diretores da Santa Casa de Itápolis devem se reunir com a Secretaria Estadual da Saúde nesta sexta-feira (3) para pedir recursos públicos e evitar que o hospital suspenda todo o atendimento à população.


O Ministério da Saúde informou que de janeiro até junho deste ano, foram repassados R$ 2,3 milhões de um total de R$ 4, 200 milhões para 2015. Recursos que vão para o fundo municipal de saúde de Itápolis que, por sua vez, repassa à Santa Casa.