Prefeitura irá criar cooperativa para reciclagem de lixo em Itápolis. A intenção é transformar catodores de lixo em recicladores.

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Do Jornal de Itápolis- É sabido que a reciclagem de lixo e o descarte adequado das embalagens é uma importante arma para ajudar no combate ao Aedes aegypti. Quanto menos lixo reciclável exposto ou espalhado pelas ruas, menor o risco de surgimento de criadouros do mosquito.

Pensando nisso, a prefeitura municipal, em parceria com as secretarias de Meio Ambiente, Desenvolvimento Social e Obras está desenvolvendo um projeto para reciclar o lixo produzido no município. E, com isso, profissionalizar os ‘catadores de lixo’, criando condições dignas de trabalho para essas pessoas e tirando-as da informalidade. “A maioria delas trabalha em condições insalúbres. Não tem um local nem equipamento adequados para fazer a separação e acabam levando todo esse lixo para dentro de casa, ficando expostas a doenças e atraindo animais peçonhentos como escorpião, por exemplo, além de servir do local ser um propenso criadouro da dengue”; explica Juliane dos Santos, Secretária do Meio Ambiente, que diz ainda que a prefeitura destinará um local apropriado e materiais adequados para a separação e reciclagem do lixo .

O cadastro dos interessados foi feito pela Secretaria de Desenvolvimento Social e a primeira reunião foi realizada na tarde de sexa-feira no Cras, com o Secretário Ricardo Negrão e o Secretário adjunto, Paulinho Braulino, com objetivo de explicar aos catadores de lixo como irá funcionar a cooperativa.

Paulinho explica que o lixo vegetal (galhos de árvores, folhas, etc) será separado e levado para o horto florestal, onde será triturado e transformado em adubo orgânico que será utilizado para adubar praças, hortas comunitárias, entre outros.

Inicialmente o projeto piloto será realizado em alguns bairros da cidade, onde serão entregues para os moradores sacos para separação do lixo e explicados os procedimentos a serem realizados para a coleta seletiva. Os membros da cooperativa se encarregarão de buscá-los. A prefeitura deverá fornecer um caminhão para que eles peguem esse lixo.

Juliane diz acreditar que será um processo longo, já que a maioria das pessoas não está acostumada a fazer a separação seletiva do lixo. “Podemos dizer que a coleta seletiva é uma necessidade emergencial. Hoje há bairros onde diversas pessoas já separam o lixo. Mas a grande maioria ainda não. Acredito que levará pelo menos uns cinco anos até que toda a população se habitue e consigamos reciclar o lixo de toda a cidade”.

O Secretário de Obras e Serviços Públicos, Jonas Bertioti, diz que o segundo passo será instalar lixeiras seletivas na cidade. “Nosso expectativa é de que daqui a alguns anos toda a cidade esteja reciclando seu lixo”.

Para dona Vera Lucia M. Gomes, que trabalha há décadas separando lixo no aterro sanitário, a cooperativa irá facilitar muito a vida do catadores de lixo. “Não é um trabalho fácil. A gente vive se machucando, cortando perna, braço. Mas é o que temos. E é de lá que tiro o dinheiro para ajudar meu marido nas despesas de casa. Esta cooperativa irá facilitar, e muito, a nossa vida, com certeza.” Quanto ao mal cheiro, quase insuportável, que exala no local, ela diz que nem sente mais. “São tantos anos aqui que a gente acostuma”.

Moacir Martins Júnior, 18 anos, que também trabalha como catador de lixo, diz que está muito feliz com a idéia da cooperativa. “Trabalhei durante dois anos no lixão. Eu tirava uma média de 400 reais por mês, mas não é nada fácil não. Estou na expectativa da cooperativa”.

O lixo nosso de cada dia
Você sabe quanto lixo você produz por dia? Estimativas indicam que o brasileiro produz entre 1kg e 1,5kg de lixo por dia. Multiplique isso pelo número de pessoas de uma família, de moradores de um bairro, de habitantes de uma cidade e você entenderá o tamanho do problema. O aumento significativo na quantidade de dejetos leva à escassez e ao esgotamento de recursos naturais, além de causar poluição e problemas de saúde pública.

O descarte inadequado e irregular pode causar enchentes, contaminar a água e o solo e servir de criadouro para vetores de doenças. Entre estes vetores está o Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e da zika. Isso porque, se o lixo não for acondicionado e descartado de forma correta e em local apropriado, permanecerá no meio ambiente por tempo suficiente para acumular água, podendo se tornar um foco de mosquito.

Por isso, apesar dos cuidados que você toma em casa – procurando e eliminando possíveis focos de Aedes aegypti –, é necessário se preocupar, também, em dar um destino certo ao lixo. Reaproveitar, reutilizar e reciclar sempre que possível podem ser boas opções para ajudar a solucionar os problemas relacionados ao lixo.

Reciclagem é o termo genericamente utilizado para designar o reaproveitamento de materiais como matéria-prima para um novo produto. O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar ao estado original com todas as suas características, já o reaproveitamento ou a reutilização é a transformação de um material em outro.

Definições à parte, a ideia é tão clara quanto simples: menos lixo, menos acúmulo de água, menos chances de proliferação do Aedes aegypti. E, assim como acontece com a prevenção à dengue, a reciclagem e o reaproveitamento do lixo começam em casa.

Para começar, é preciso separar os resíduos comuns daqueles que podem ser reciclados ou reaproveitados. Objetos feitos de metal, plástico, papel e vidro podem ser reciclados. No caso dos metais, muitos produtos podem ser reaproveitados, sejam eles de alumínio, aço ou ferro. O mesmo vale para os plásticos.

Além da famosa garrafa pet, podem ser destinas à coleta seletiva todas as embalagens plásticas que acompanham os alimentos e os produtos industrializados, inclusive os copos descartáveis. O papel também é amplamente aproveitado na coleta seletiva, existindo apenas duas exceções: o papel carbono e o higiênico.

Já vidro merece um pouco mais de atenção. Só é possível reciclar o vidro comum. Como vidros temperados e espelhos não podem ser reciclados, ficam de fora os objetos como boxes, louças e lâmpadas.

Separe os resíduos em não recicláveis e recicláveis e, no caso dos recicláveis, separe ainda papel, metal, vidro e plástico.