Uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em conjunto com Defensoria Pública da União e a Polícia Federal, resgatou 10 trabalhadores em condições análogas à escravidão, nesta terça-feira (11), em Reginópolis (SP).

De acordo com MTE, o grupo trabalhava em uma plantação de cana-de-açúcar para uma empresa da região e ganhava por produção, sem possuir nenhum registro trabalhista, nem a possibilidade de retornar para casa.

 Moradores da Bahia, os 10 trabalhadores vivam na mesma residência, onde todos dormiam em colchões improvisados no chão. Além disso, eram obrigados a pagar pela comida, água, contas e o aluguel do local.

 A empresa Canafort Agrícola, responsável pela contratação do grupo, foi notificada, e o MTE pediu a regularização do grupo.

Em Iacanga (SP), uma fiscalização na mesma empresa também encontrou trabalhadores sem registro e em condições degradantes.

O g1 entrou em contato com a unidade da Canafort Agrícola de Iacanga, que disse que não vai se posicionar no momento. A matriz da empresa também foi questionada, mas não havia respondido até a última atualização desta reportagem.

Resgate de trabalhadores

O MTE resgatou 918 trabalhadores em condições semelhantes à de escravidão entre janeiro e 20 de março de 2023, uma alta de 124% em relação ao volume dos primeiros três meses de 2022.

O número é recorde para um 1º trimestre em 15 anos, sendo superado apenas pelo total de 2008, quando 1.456 pessoas foram resgatadas.

Os dados foram compilados a pedido do g1 pelo auditor fiscal Maurício Krepsky, chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), do MTE.

Até o momento, no estado de São Paulo, foram 86 resgates, dentre eles o caso de um idoso que era soldador em uma fábrica em Marília (SP) e morava em um casebre, sem colchão.

No ano passado, o Ministério Público recebeu 20 denúncias de trabalho escravo apenas na região de Bauru (SP).

G1