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Ernesto Garcia, presidente do Oeste: "Meu sonho é o Rubrão ficar em Itápolis" (Foto: Reprodução / TV TEM)

Apesar da confirmação de que continuará longe de seus torcedores durante mais uma competição, o presidente do Oeste, Ernesto Garcia, garante que essa "sina cigana" representa apenas um "plano B" diante de uma situação que não tem solução à vista, pelo menos no curto prazo.

 

 

– Meu sonho seria o Oeste ficar em Itápolis, mas em 2017 vai disputar em Barueri, e pelo motivo que todos já sabem: o estádio dos Amaros está interditado pelo Corpo de Bombeiros, as reformas exigidas nem o clube e nem a prefeitura, que é a dona do estádio, têm condições de fazer, e portanto a escolha de Barueri foi fruto apenas de "plano B".

Houve propostas de outras cidades para abrigar o Oeste, mas a diretoria estudou e achou melhor Barueri pela logística e estrutura de treinamento e de jogos que eles oferecem – disse o dirigente.

Os problemas do Oeste com seu estádio tiveram início em 2014, quando o clube foi surpreendido, já com o Paulistão daquele ano em andamento, com uma interdição dos Amaros pela falta de renovação de um laudo do Corpo de Bombeiros.

Sem poder jogar em sua casa, o Rubrão peregrinou por estádios de cidades vizinhas, onde mandou seus jogos daquele estadual, que terminou com o rebaixamento do time de Itápolis para a Série A2.

Dirigentes, inclusive, creditaram o fracasso naquela temporada justamente a esse fato. Mesmo com a interdição para o estadual, o Oeste ainda jogou a Série B nacional em Itápolis naquele ano.

Em 2015, já pela Série A2 do Paulista, o Oeste voltou a jogar na sua casa, ocasião em que conquistou o acesso para retornar à elite estadual. Porém, no segundo semestre os problemas com a falta de laudos voltaram com força, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) vetou os Amaros e o Rubrão foi obrigado a mandar seus jogos pela Série B em Osasco.

Para 2016, o clube fez uma grande reforma nos Amaros, com ajuda da população de Itápolis, e conseguiu jogar o Paulistão em casa – acabou rebaixado para a Série A2 mais uma vez. Mas para a Série B o estádio seguiu vetado e o Rubrão fez uma parceria com o Audax, alternando seus jogos entre Osasco e Barueri. A última interdição por parte da Federação Paulista de Futebol foi publicada no dia 20 de outubro, novamente pela "falta de renovação dos Laudos de Prevenção e Combate de Incêndios e Pânico, Segurança e do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB)".

O presidente do Oeste diz que anunciou sua ida para Barueri a partir do momento em que o novo prefeito eleito de Itápolis, Edmir Gonçalves (PTC), deixou claro que não deverá mexer no estádio assim que assumir no próximo dia 1º de janeiro.

– Em novembro estivemos com prefeito eleito e ele já sinalizou que não estaria nos planos dele investir nos Amaros, pois há outras prioridades. Pelo menos, foi um dos prefeitos que menos nos enganou, falou a verdade, e ele mesmo nos sugeriu que procurássemos um "plano B" para o Oeste. Mas disse que a partir do segundo semestre está aberto para uma nova conversa no sentido de tentar fazer um planejamento para que o Oeste volte a jogar em 2018 nos Amaros – disse Ernesto Garcia, que admitiu a tristeza por ver o time sendo obrigado mais uma vez a jogar outra cidade.

– O clima aqui é de tristeza, uma situação muito difícil, pois é uma perda muito grande para a cidade. Estou sentindo isso na pele. Já ouvi comentários de todos os tipos, até mesmo a barbaridade de que seria melhor fechar as portas a jogar em outro lugar. Isso só fala quem não conhece a história da Oeste. Estou aqui desde 1997 e sei como foi a luta, por tudo o que já passamos em outras situações. Lamentavelmente, a situação atual culminou com a ida do Oeste para outra cidade, mas com o intuito enorme de voltar a jogar em Itápolis – finalizou o dirigente.

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Estádio dos Amaros passou por reforma em 2016, mas segue sem os laudos do Corpo de Bombeiros (Foto: Sérgio Pais)

Do G1