Diversificação de forrageiras permite reduzir os riscos de insucesso na atividade pecuária

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Por: Lucas Tombi Scaramuzza - As melhores forrageiras para cada propriedade devem ser eleitas em virtude do clima, solo, atividade produtiva e grau de intensificação.

 

A pastagem deve ser vista como uma cultura e, com tal, necessita de cuidadoso preparo do solo para garantir um estabelecimento rápido e vigoroso. O ideal é que a área seja destocada e possa ser trabalhada com máquinas. Na formação, após a remoção da floresta original, tradicionalmente pela queima, o plantio é feito com tocos e troncos que escaparam da queima e somente serão removidos anos após, por ocasião de recuperação do pasto. Nessa situação, é recomendável usar quantidade de sementes adequada para uma rápida formação.

Na Calagem é comum uma grande preocupação com o pH e o alumínio trocável. A resposta positiva à aplicação de calcário é devida, principalmente, ao efeito da incorporação de cálcio e magnésio como nutrientes em solos carentes e não como corretivo.

Quando recomendada via análise de solo, a aplicação de cerca de 500 kg de calcário dolomítico basta para resolver o problema. Considerando que a maioria dos solos tropicais são ácidos, é de se esperar que as forrageiras, também tropicais, tenham mecanismos para minerar nesse ambiente.

Em geral, não têm sido detectadas respostas à adição de calcário como corretivo em forrageiras tropicais. Antes do plantio, é imprescindível a realização de uma análise da fertilidade do solo, para verificar a necessidade de fertilização visando a uma boa formação, possibilitando que o capim se estabeleça rapidamente e domine as possíveis plantas daninhas. O ideal é que o adubo seja direcionado para a semente da forrageira. Para garantir a longevidade produtiva da pastagem, os níveis de fósforo e o potássio devem apresentar em um mínimo de 10 e 45 ppm, respectivamente.

O efeito principal da adubação é, em primeiro lugar, sobre a quantidade de forragem e, posteriormente, sobre a qualidade.

É importante a utilização de sementes de alta qualidade, tipo exportação, com Valor Cultural (VC) elevado. O Valor Cultural é um indicador da qualidade da semente e nada mais é do que o produto da Percentagem de Germinação (PG) pelo Grau de Pureza (GP), dividido por 100. A fórmula para sua obtenção é:

PG (%) x GP (%)
VC (%) = —————————
100

Existe disponibilidade no mercado de sementes com 76% de VC, que surpreendentemente não têm tido a preferência dos produtores, embora sendo mais baratas que as de baixa qualidade, considerando a redução na quantidade utilizada. Preferem investir alto em sementes de baixa qualidade (24% de VC), contaminadas com sementes de plantas daninhas, esporos de fungos, ovos de insetos, que trarão prejuízos incalculáveis no futuro, chegando muitas vezes à perda total da pastagem. O fungo, que vem atacando e até dizimando as pastagens de capim-braquiarão no Estado do Pará, foi isolado também em sementes do capim. O tratamento das sementes com fungicida é recomendado.

Fazer uma análise da relação custo/benefício por ocasião da aquisição das sementes é um procedimento inteligente.

Os fornecedores de sementes deveriam ter uma conduta mais responsável e ética, divulgando a disponibilidade e as vantagens de usar sementes de alta qualidade.

Lucas Tombi Scaramuzza é Engenheiro Agrônomo (CREA: 5063546383); Especialista em Manejo e Produção de Grandes Culturas e Diretor de Agricultura e Abastecimento

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