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Apicultores de diversos municípios da região, inclusive de Itápolis, registram há muitos anos a mortandade de abelhas por causa da pulverização de agrotóxicos em lavouras próximas. Em alguns municípios, como Catanduva, o caso foi parar no Ministério Público.

Maurício Rodrigues, que tem apiário em Urupês, já perdeu cerca de 800 colmeias depois que as abelhas foram envenenadas.

A briga que parecia interminável entre usina e apicultores só chegou ao fim quando uma das partes resolveu conversar. Matheus José Tripodi, supervisor de desenvolvimento agronômico, explica que os apicultores foram procurados individualmente e a partir daí houve um acordo.

A usina, que tem quatro unidades na região, montou o Projeto ‘Polinizar’, pioneiro no país e que mapeou todas as áreas onde havia lavoura de cana-de-açúcar perto de criação de abelhas.

Já são 58 apiários identificados em quase 20 municípios da região de São José do rio Preto. Com esse mapeamento foi preciso traçar um raio de segurança onde o avião não pode sobrevoar e fazer a aplicação.

Todos os dados gerados na central são passados para a equipe de campo que tem o planejamento de aplicação. O roteiro do vôo do avião depende das coordenadas que estão dentro de um pen drive.

As informações pré-definidas no computador são transferidas pro GPS do avião, que também ganhou um equipamento moderno, que garante a precisão da aplicação. O GPS também permite passar em tempo real para a usina as informações sobre o que está sendo feito no campo.

Cada aeronave transporta 3 mil litros de insumos e a aplicação é feita de dois a três metros da planta. Mas quando os aviões chegam perto das colmeias, a bomba que libera o inseticida é automaticamente travada.

E nas áreas onde os aviões não podem chegar, um técnico usa um drone para fazer o controle biológico de pragas.

Para que os apicultores conseguissem ter uma dimensão de como o projeto estava funcionando na prática, a equipe da usina levou para o campo óculos de realidade virtual.

Com o projeto, os apicultores também se uniram, passaram a receber cursos de qualificação a cada quatro meses e o resultado já apareceu.

O apicultor Carlos Robson de Queiroz diz que antes o rendimento era bem abaixo da média. Hoje, o aumento já é de 30%. As mortes de abelhas em massa também diminuíram e todo mundo passou a ganhar com isso.

G1