Homem foi preso após ser gravado se masturbando em trem em Mogi (Foto: Reprodução G1)
A polícia de Mogi das Cruzes prendeu um mecânico de 35 anos após denúncia de tentativa de estupro e de ameaça a uma assistente administrativa na estação de Brás Cubas. A mulher, de 27 anos, gravou o homem se masturbando dentro do trem, na Linha 11 da CPTM, e contou que, depois, ele tentou agarrá-la e fez ameaças (assista vídeo acima). O homem foi preso nesta quarta-feira (20).
José Renato Nogueira de Matos Gouveia foi levado para audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (21) e o juiz converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. Ele foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Mogi das Cruzes. Nenhum advogado compareceu à delegacia. O G1 tenta localizar o contato do defensor.
O crime
Às 22h35 a mulher estava entre as estações de Jundiapeba e Brás Cubas, no sentido Estudantes, quando se viu sozinha na parte final do trem com um homem sem camisa. "Eu estava voltando do trabalho, no Tatuapé, no horário de sempre. Em determinado momento, eu fiquei sozinha com aquela pessoa. Depois ele disse que era para ter descido em Jundiapeba, mas ele se aproveitou da situação e ficou no trem. Ele sentou no banco em frente, colocou a mão por dentro da calça e começou a se masturbar. Aí eu comecei a fazer o vídeo", contou a vítima, que preferiu não se identificar.
Segundo a assistente administrativa, o mecânico não se intimidou com a gravação. "Ele começou a me olhar. Parei o vídeo e fui andando, fui trocar de vagão. Ele me pegou pelo braço, com o pênis à mostra, tentou se esfregar."
A assistente administrativa conseguiu sair do trem, mas o problema continuou. "Ele foi o tempo todo seguindo e continuou vindo atrás. Os guardas o detiveram. Ele ficou ameaçando mesmo na plataforma e chamaram a PM".
A Polícia Militar levou o suspeito para o 2° Distrito Policial, onde o caso foi registrado como tentativa de estupro e e ameaça na quarta-feira (20). Na delegacia, a vítima ainda contou que o homem fez ameaças de morte.
Desabafo
A assistente administrativa contou que faz o trajeto de trem entre Tatuapé e Mogi das Cruzes todos os dias no mesmo horário há três anos e foi a primeira vez que aconteceu algo deste tipo. "Eu fiquei completamente apavorada, em pânico, me senti desprotegida."
Para a vítima, deveria haver segurança dentro do trem. "Eles agiram bem, mas precisou acontecer. Tinha que ter alguém dentro do trem, não tinha nenhum segurança do lado de dentro", contou.
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou que "a equipe de segurança realizou todos os procedimentos necessários para ajudar a vítima e prendeu o suspeito, encaminhando-o à Autoridade Policial."
A CPTM ainda ressaltou que realiza regularmente ações e campanhas de combate ao abuso sexual e que tem intensificado as medidas para coibir esse tipo de crime. Veja nota:
"Diariamente, as equipes de segurança da CPTM realizam rondas uniformizadas ou descaracterizadas (sem uniforme) nos trens e estações.
Em caso de ocorrência, a vítima deve informar o fato imediatamente a um funcionário, descendo na estação seguinte, para apontar o autor, a fim de que o mesmo seja conduzido a uma delegacia para o registro do BO. Lembrando que, de acordo com a legislação vigente, essa é a única forma de obter êxito na ação, visto que, para a prisão do assediador, é exigido flagrante e testemunha. Em caso de abuso sexual é importante que seja apontada as características e roupas do autor do crime para que o mesmo seja localizado e detido.
A colaboração dos usuários, acompanhando a vítima para servir como testemunha e o registro da ocorrência na polícia, é fundamental para que todos os passageiros tenham seus direitos respeitados e os abusadores sejam punidos.
Os usuários também podem contribuir com a segurança do sistema, denunciando eventuais irregularidades pelo serviço do SMS-Denúncia (97150-4949). O serviço garante total anonimato ao denunciante e a mensagem é recebida no Centro de Controle de Segurança, que destaca os agentes mais próximos para atuação imediata.
A companhia conta com 1.300 agentes uniformizados e à paisana, que fazem rondas constantes nas estações, e com um sistema de monitoramento com mais de 5.000 câmeras de vigilância em toda a rede."
Do G1