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Luiz Vitor Sousa Filho, pesquisador da USP São Carlos (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)

Pesquisadores do Instituto de Física (IFSC) da USP São Carlos desenvolveram um equipamento que vai ser instalado em um observatório na Argentina. Os cientistas tentam descobrir a origem dos raios cósmicos e encontrar um jeito de aproveitar essa fonte de energia.

 


Segundo o pesquisador Luiz Vitor Sousa Filho, as partículas chegam à Terra com energia mil vezes maior do que seria possível produzir em qualquer máquina humana.“O nosso objetivo é tentar entender qual é o mecanismo físico que dá tanta energia assim para uma partícula microscópica”, explicou.

 

Monitoramento
Para isso, os pesquisadores desenvolveram um equipamento com placas de cobre e camada de gás. Quando o raio cósmico atinge essa placa, deixa marcas e essas informações são captadas por dispositivos eletrônicos e enviadas a um computador.

Os equipamentos serão instalados no centro de estudos que fica em Mendoza, na Argentina. O observatório já existe já quase dez anos. O espaço é tão grande que ocupa três mil quilômetros quadrados, quase do tamanho da cidade de São Paulo.

“Notou-se nos últimos anos que esse observatório tem uma carência para detectar um tipo de fenômeno e é por isso que estamos construindo esses novos detectadores, para acoplá-los aos que já existem na Argentina e fazer uma medida mais completa do fenômeno”, disse Sousa Filho.

As placas desenvolvidas pelos pesquisadores de São Carlos vão ser acopladas a 40 tanques que recebem as partículas cosméticas e que, em contato com os dispositivos eletrônicos, geram luz. “O evento de uma partícula é muito rápido, então para a gente interessa o instante que ela ocorreu e mais ou menos onde”, disse o pesquisador Lirio Onofre Batista.

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Equipamento desenvolvido pelos pesquisadores da USP (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)

O pesquisador Sousa Filho ressaltou que até então sabe-se pouco sobre essas partículas, geradas fora da via láctea. “Mas a gente não consegue dizer exatamente qual que é o objetivo do no universo, que as envia para a gente, e nem como esse objeto é capaz de dar tanta energia assim para essa partícula”.

Muitos equipamentos eletroeletrônicos que hoje utilizamos em casa ou até mesmo nas ruas foram criados a partir de uma tecnologia desenvolvida há mais de 100 anos, quando James Maxell resolveu estudar a teoria do eletromagnetismo.

“O foco do estudo é esse, tentar entender como as energias são dadas para essas partículas, qual é o mecanismo e possivelmente no futuro como é que a gente pode reverter isso para a humanidade”, disse o pesquisador.

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Placas desenvolvidas em São Carlos serão acopladas a tanques (Foto: Reprodução/EPTV)

 

Do G1