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Dois em cada três suplementos avaliados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentam algum tipo de irregularidade. O levantamento mais recente da agência mostra falhas em ingredientes, doses e validade, além de produtos sem testes de pureza e estabilidade, etapas obrigatórias para garantir a segurança de consumo.

A alta taxa de reprovação —65% dos suplementos analisados até julho de 2025— expõe a fragilidade do controle sanitário em um mercado que movimenta bilhões de reais por ano, impulsionado por promessas de bem-estar, performance e emagrecimento.

Mesmo diante desse cenário, a Anvisa prorrogou até 2026 o prazo para que as empresas se adequem às normas de segurança e qualidade, originalmente previstas para entrar em vigor neste ano.

Médicos e nutricionistas ouvidos pelo g1 afirmam que o uso indiscriminado desses produtos, aliado à ausência de fiscalização efetiva, expõe os brasileiros a riscos hepáticos, cardiovasculares, renais e hormonais.

“Encontramos falhas em dois terços dos produtos avaliados. Isso mostra que o setor ainda não está em conformidade com o padrão de segurança exigido”, afirmou a gerente de regularização de alimentos da Anvisa,Patrícia Ferrari Andreotti, em audiência pública na Câmara dos Deputados, em setembro de 2025.

Quem convive com ansiedade já ouviu conselhos como dormir bem, cuidar da alimentação e se exercitar.

Entre essas recomendações, a corrida se destaca: não é apenas um treino para o corpo, mas também um aliado poderoso da mente — e a ciência explica por quê.

Passar pelos primeiros quilômetros de corrida — ou até pelos primeiros minutos, dependendo da sua experiência — não é fácil: o corpo reclama, o coração dispara, a respiração fica curta, as pernas pesam.

Enquanto isso, o organismo trabalha: uma série de reações fisiológicas e psicológicas entram em ação, liberando substâncias que fazem com que a recompensa valha a pena, segundo pesquisadores.

Um dos levantamentos mais amplos já realizados sobre o tema, a revisão "A Scoping Review of the Relationship between Running and Mental Health" (em português, "Uma revisão exploratória da relação entre corrida e saúde mental"), analisou 116 estudos sobre corrida e saúde mental publicados entre 1970 e 2019.

O trabalho concluiu que sessões de corrida — mesmo curtas, entre 10 e 60 minutos — estão associadas à melhora do humor, da ansiedade e dos sintomas depressivos.

Os autores destacam que tanto a corrida recreativa quanto treinos regulares têm potencial de reduzir estresse e aumentar o bem-estar psicológico, embora níveis muito altos de prática (como em maratonistas ou corredores compulsivos) possam gerar efeitos negativos.

Durante a corrida, o corpo e o cérebro entram em ação de formas complexas, liberando substâncias químicas que ajudam a reduzir a ansiedade e promovem sensação de prazer e bem-estar.

De acordo com Marco Túlio de Mello, professor titular do Departamento de Esportes da UFMG, uma das primeiras substâncias liberadas é a beta-endorfina.

"A beta-endorfina atua principalmente na redução da dor, ajudando a diminuir impactos negativos, como microlesões que podem ocorrer durante o exercício. Mas muitas pessoas acreditam que a sensação de prazer vem diretamente dela. Na verdade, ela funciona como um gatilho para a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e satisfação", explica.

A morte explosiva de uma estrela — uma supernova — é um dos eventos cósmicos mais violentos, mas o modo exato como essa catástrofe acontece ainda era um mistério. Agora, cientistas observaram pela primeira vez os estágios muito iniciais de uma supernova, em que uma estrela massiva explodiu em um formato curioso, parecido com uma azeitona em pé.

Os pesquisadores usaram o Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul, baseado no Chile, para observar a supernova, que envolveu uma estrela com cerca de 15 vezes a massa do Sol. Ela estava em uma galáxia chamada NGC 3621, a aproximadamente 22 milhões de anos-luz da Terra, na direção da constelação de Hidra.

  Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano: 9,5 trilhões de quilômetros.

Determinar a forma dessas explosões sempre foi difícil por causa da rapidez com que ocorrem, o que exigiu ação imediata neste caso. A explosão foi detectada em 10 de abril de 2024, pouco depois de o astrofísico Yi Yang, da Universidade Tsinghua, na China, desembarcar de um longo voo para São Francisco. Horas depois, Yang enviou um pedido formal para direcionar o VLT à supernova — e o pedido foi aceito.

Com isso, os pesquisadores conseguiram observar a explosão apenas 26 horas após a detecção inicial e 29 horas depois de o material interno da estrela atravessar sua superfície.

O que eles viram foi uma estrela condenada cercada, em seu equador, por um disco pré-existente de gás e poeira. A explosão empurrou o material para fora do núcleo estelar, distorcendo sua forma até se parecer com uma azeitona em pé. Notadamente, a explosão não fez a estrela se despedaçar de forma esférica. Em vez disso, o material foi expelido violentamente por lados opostos da estrela.

Adquirir remédios falsificados e ver o quadro de saúde só piorar pode parecer uma situação vista mais na ficção, como no enredo da novela Três Graças. Mas em países de baixa e média renda, 1 em cada 10 produtos médicos em circulação é falsificado ou subpadronizado (de qualidade inferior), de acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como o Brasil é um país de média-alta renda, de acordo com o Banco Mundial, essa estatística não se aplica a nós e não há um ranking de falsificação global. Ainda assim, o tema preocupa órgãos de saúde brasileiros, principalmente quando se trata de medicamentos vendidos pela internet.

Na novela das 21h, a personagem Lígia, vivida por Dira Paes, sofre de uma doença rara chamada hipertensão arterial pulmonar (HAP) e toma medicamentos distribuídos gratuitamente pela Fundação Ferette, comandada por Murilo Benício.

O vilão recebe de laboratórios a doação de remédios verdadeiros, mas os substitui por placebos feitos de farinha, produzidos numa fábrica clandestina que ele mesmo monta. Já os remédios verdadeiros são revendidos no mercado paralelo, por um valor abaixo da tabela e com pagamento em dinheiro vivo.

No Brasil da vida real, produtos mais caros, como canetas emagrecedoras, toxina botulínica e remédios para câncer, estão entre os mais frequentemente encontrados na lista de medicamentos falsificados, segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF). Além da falsificação, muitas vezes, esses produtos também são importados irregularmente ou são objeto de roubo.

Ao ingerir medicamentos falsificados, o paciente – além de não melhorar - pode ter uma piora do quadro de saúde, sofrer intoxicação, interações medicamentosas não esperadas e diversas alterações no organismo, como da pressão arterial e dos níveis de glicose.

Uma brasileira está por trás de uma das inovações médicas mais promissoras dos últimos anos. A química Lívia Schiavinato Eberlin, professora da Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, desenvolveu um dispositivo capaz de identificar se um tecido é saudável ou cancerígeno em apenas 10 segundos, já durante a cirurgia.

A tecnologia, batizada de MasSpec Pen, já é chamada de “caneta que detecta câncer”.

Agora, o Einstein Hospital Israelita, em São Paulo, conduz o primeiro estudo clínico fora dos Estados Unidos com o equipamento, em parceria com a Thermo Fisher Scientific, multinacional responsável pelo espectrômetro de massas que viabiliza a leitura molecular do tecido.

Como funciona a tecnologia
A MasSpec Pen é uma caneta conectada a um espectrômetro de massas --um equipamento capaz de identificar as moléculas que compõem uma substância e revelar sua “assinatura química”.

Em termos simples, ele pesa e compara as moléculas do material analisado, mostrando quais estão presentes e em que proporção. É a mesma tecnologia usada em investigações forenses, no controle de qualidade de alimentos e em exames antidoping --agora adaptada para uso médico.

Durante a cirurgia, o médico encosta a ponta da caneta sobre o tecido suspeito. O dispositivo libera uma microgota de água estéril, que permanece em contato com o tecido por alguns segundos. Essa gota extrai moléculas da superfície e é aspirada para o espectrômetro, que analisa sua composição química em tempo real.

O aparelho então identifica o padrão molecular do tecido --algo como uma impressão digital biológica — e mostra na tela se ele é saudável ou cancerígeno.

“É como fazer um café: a água extrai as moléculas da amostra sólida, mas não remove o tecido. A análise é instantânea e não causa nenhum dano”, explica Lívia Eberlin.

O contraste com o padrão atual

Em qualquer cirurgia oncológica, um dos maiores desafios é definir o limite exato do tumor --até onde o cirurgião deve cortar.

O objetivo é remover completamente o tecido doente, evitando deixar células cancerígenas para trás, mas sem retirar mais do que o necessário de tecido saudável, o que pode comprometer órgãos e funções do corpo.

 Esse tecido, em termos simples, é o conjunto de células que forma uma parte do corpo --como um fragmento do pulmão, da tireóide, do fígado ou da mama.

Quando há um tumor, as células cancerígenas se infiltram nesses tecidos e podem invadir áreas vizinhas. Por isso, o médico precisa saber onde termina o câncer e onde começa o tecido saudável --a chamada margem de segurança cirúrgica.

Pesquisadores da Unicamp usaram cascas das amêndoas do cacau e mel de abelhas nativas para desenvolver um produto rico em substâncias antioxidantes, anti-inflamatórias e associadas à saúde cardíaca. Além das características saudáveis, o mel criado pelo estudo ganhou o "inusitado" sabor de chocolate, segundo os pesquisadores.

Pesquisador da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) e primeiro autor do estudo, Felipe Sanchez Bragagnolo aponta que o produto tem potencial para ser usado na indústria alimentícia e na de cosméticos.

O mel de abelhas nativas é usado como solvente comestível para extrair substâncias como cafeína, teobromina - que são estimulantes ligados à saúde cardíaca - e antioxidantes das cascas do cacau. O processo também usa um ultrassom (entenda abaixo).

Na produção de chocolate e outros derivados do cacau, as cascas da amêndoa do fruto costumam ir para o lixo. Por isso, os pesquisadores também apontam que o novo "mel" é uma opção de reaproveitamento desse resíduo.

Bragagnolo afirma que a ideia da pesquisa surgiu da vontade de valorizar alimentos brasileiros. O interesse dele também decorreu da complexidade dos méis de abelhas nativas - que se diferenciam nos aspectos sensoriais, de sabores e suas características.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica ACS Sustainable Chemistry & Engineering em agosto deste ano.

Mais uma superlua poderá ser observada no céu de todo o Brasil e do mundo, se as condições climáticas forem favoráveis, nesta próxima quarta-feira (5).

Essa será a segunda e a penúltima superlua do ano.

Esse é um termo que não é muito utlizado por astrônomos, mas na prática significa que a Lua aparecerá maior e mais brilhante do que o normal, já que ela estará próxima ao seu perigeu, o ponto mais próximo da Terra durante sua órbita (entenda mais abaixo).

A melhor visualização será ao anoitecer. De acordo com plataformas especializadas, o horário exato da lua cheia pode variar conforme o fuso de cada região, mas no horário de Brasília ela deve surgir por volta das 18h45 em São Paulo, 18h14 em Belém e 17h28 no Recife, por exemplo.

Para observá-la, não é necessário qualquer equipamento. Pelo contrário, a olho nu, a lua aparecerá maior e mais brilhante no céu.

 

Superluas x luas cheias: qual o critério?

A expressão "superlua" não tem exatamente uma definição astronômica. Um astrólogo inventou essa palavra, que ficou famosa. Foi o Richard Nolle, em 1979.

Por causa disso, alguns sites de astronomia começaram a usá-la. No entanto, como esse não é um conceito importante para o campo, sua definição não é aceita por todos e seus critérios de classificação não são um consenso.

Tecnicamente, o ponto em que a Lua está “cheia” dura apenas um instante. A olho nu, porém, a Lua pode parecer cheia por mais de três dias consecutivos.

Já uma "superlua" ocorre quando a lua cheia acontece próxima ao perigeu (quando ela está mais próxima da Terra), o que resulta em uma lua cheia ligeiramente maior e mais brilhante do que as demais.

"Se a lua cheia ocorre próximo ao perigeu, ela é chamada de superlua. O quão próximo depende da órbita que a Lua segue naquele momento, mas em termos gerais irá equivaler a uma distância menor do que 360.000 km da Terra", explica Helio J. Rocha-Pinto, diretor do Observatório do Valongo da UFRJ.

Pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, desenvolveram uma cepa de fungo capaz de enganar e matar mosquitos transmissores de doenças como dengue, malária e zika.

O microrganismo, do gênero Metarhizium, foi geneticamente modificado para liberar um composto de aroma adocicado semelhante ao das flores — atraindo os insetos antes de eliminá-los.

A descoberta, publicada na sexta-feira (24) na revista Nature Microbiology, oferece uma alternativa biológica aos pesticidas químicos, que vêm perdendo eficácia devido à resistência dos mosquitos.

Perfume mortal
O segredo do novo fungo está em uma substância chamada longifolene, um composto natural de odor doce usado inclusive em perfumes humanos.

Ao ser liberado, o cheiro atrai mosquitos adultos em busca de néctar — fonte de energia essencial para eles.

"Depois de observarmos que certos fungos conseguiam enganar os mosquitos, percebemos que poderíamos turbinar a atração modificando-os para produzir mais longifolene”, explica Raymond St. Leger, coautor do estudo e pesquisador emérito da Universidade de Maryland.

Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de Roraima revelaram um achado inédito sobre dinossauros na Amazônia brasileira.

Pegadas de dinossauro estão fossilizadas em rocha e possuem diferentes tamanhos e formatos. E só foram notadas em 2011, quando um professor de geologia desconfiou de um padrão nas rochas.

"Eu vi um lajedo, que é tipo um afloramento de arenito, na altura de uns 50 centímetros a 1 metro, que não estava nos mapas. Mas eu posso te falar que aqueles dinossauros gigantes, de mais de 10 metros de altura, a gente achou pegadas, até pegadas pequenas dos velociraptors", contou Vladimir de Souza, professor de geologia e pesquisador.

Foram 14 anos de pesquisa liderada pela Universidade Federal de Roraima até a confirmação de que as crateras eram pegadas de dinossauros.

O estudo estima que os dinossauros habitaram a região há 110 milhões de anos. Hoje, a área é ocupada por comunidades indígenas e propriedades rurais na cidade de Bonfim, em Roraima, quase na fronteira entre Brasil e Guiana.

Seis gêneros de dinossauros foram identificados no norte de Roraima. Mas os pesquisadores acreditam que, na região, viveram dinossauros de mais de 20 gêneros diferentes.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveu um sensor ecológico e de baixo custo capaz de identificar a presença de nitrito de sódio (NaNO₂) em bebidas como água mineral, suco de laranja e vinho.

O uso dessa substância é proibido em bebidas no Brasil e na maioria dos países, porque, em quantidades elevadas, o nitrito pode gerar nitrosaminas, compostos associados ao risco de câncer.

O estudo, liderado por Bruno Campos Janegitz, do Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) da UFSCar, foi publicado no periódico científico Microchimica Acta.

“O risco associado ao nitrito nos motivou a desenvolver uma forma simples, rápida e acessível de detectar o composto e garantir a segurança do consumo dos líquidos”, afirma o pesquisador.

Calor extremo causa milhares de mortes por ano. Sem acordo para limitar o aquecimento global, planeta estaria caminhando para cenário catastrófico, apontam cientistas .O cumprimento dos compromissos atuais para a redução das emissões de gases de efeito estufa pode evitar 57 dias extras de calor extremo por ano, em comparação com um mundo sem o Acordo de Paris para conter as mudanças climáticas, indicou um relatório da Atribuição Climática Global (WWA, na sigla em inglês) e da organização de pesquisa americana Climate Central divulgado nesta quinta-feira (16).

Apesar de ser a forma mais mortal de clima extremo, o calor é muitas vezes ofuscado por ameaças mais catastróficas, como enchentes e tempestades. Porém, mesmo pequenos aumentos de temperatura podem causar grandes danos a plantas, animais e humanos.

 As mudanças climáticas estão tornando as ondas de calor ainda mais intensas e prováveis. Todos os anos, o calor causa meio milhão de mortes, e o aumento das temperaturas está levando ecossistemas críticos, como os recifes de corais, à beira do colapso.

Neste cenário, aumentar os cortes de emissões para atingir as metas do Acordo de Paris faria uma diferença crucial no que diz respeito ao calor para muitas comunidades ao redor do mundo, segundo o relatório. "Ainda não estamos vendo a ambição máxima, e isso é obviamente um problema enorme", disse a climatologista Friederike Otto, ligada à WWA. "É um problema que será pago com as vidas e os meios de subsistência das pessoas mais pobres do mundo, em todos os países."

O impacto do Acordo de Paris
Adotado em 2015, o Acordo de Paris uniu 196 países em um compromisso de limitar o aquecimento global a menos de 2 °C, com esforços para não ultrapassar a marca de 1,5 °C. As metas são medidas em relação aos níveis pré-industriais, antes que o uso generalizado de combustíveis fósseis começasse a alterar o clima do planeta. Um aumento superior a esse limite coloca em risco diversos ecossistemas do planeta.

Um grupo de cientistas brasileiros desenvolveu um papel feito a partir de fibras vegetais e látex natural capaz de substituir o plástico em embalagens. O material, segundo o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), combina resistência mecânica, impermeabilidade e ação antibacteriana, sem deixar de ser biodegradável e reciclável.

O estudo foi publicado no periódico "Chemical Engineering Journal" por pesquisadores do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano/CNPEM), em parceria com a Unicamp e a UFABC.

O novo material é produzido a partir da interação eletrostática entre nanocelulose catiônica, extraída do bagaço da cana-de-açúcar, e látex natural da seringueira. As cargas opostas dessas substâncias se atraem, formando camadas alternadas que revestem o papel com firmeza e estabilidade.

Cada componente desempenha um papel complementar: a nanocelulose cria uma barreira densa contra gases e óleos, enquanto o látex confere resistência à água, explica Juliana Bernardes, pesquisadora do LNNano e uma das responsáveis pelo estudo.
Desempenho superior aos revestimentos sintéticos
Nos testes laboratoriais, o papel com cinco camadas reduziu em 20 vezes a passagem de vapor de água e em 4 mil vezes a permeabilidade ao oxigênio. Também atingiu o nível máximo de resistência a óleos e gorduras e eliminou mais de 99% das células de Escherichia coli após contato direto.

Os resultados mostram que a combinação entre nanocelulose e látex natural pode superar revestimentos convencionais feitos com polímeros sintéticos, sem uso de compostos fluorados (PFAS), frequentemente associados a riscos ambientais e à contaminação de solos e águas.

Os pesquisadores avaliam que o material tem potencial para substituir embalagens, sobretudo nos ramos alimentício e cosmético. ""Nosso objetivo foi criar uma alternativa viável para reduzir a dependência de plásticos descartáveis", explica Juliana Bernardes.