Diversas cidades do Brasil enfrentam uma epidemia de dengue. Somente em São Paulo, já são mais de 1,1 milhão de casos da doença, conforme o painel de monitoramento do estado. Entre as diversas formas de prevenção do mosquito transmissor Aedes aegypti, a limpeza das caixas d’água é de extrema importância, mas muitas vezes esquecidos pelos moradores

Devido à sua localização de difícil acesso, geralmente nos telhados das residências, muitas pessoas acabam "deixando de lado" a limpeza dos reservatórios. Porém, com a falta de cuidado, as caixas d’água podem se transformar rapidamente em meios de transmissão de doenças diversas.

Alexandre Mariz, funcionário de uma empresa de tratamento de água, afirma que, além da falta de manutenção, chuvas e ventos fortes também podem causar danos na vedação, contribuindo para a proliferação do mosquito.

 

“A caixa d'água é o principal reservatório da casa de uma família e está diretamente relacionada à qualidade do líquido para nosso consumo. A responsabilidade da qualidade da água dentro das casas é do cidadão, que deve garantir um ambiente controlado de acordo com a recomendação dos fabricantes das caixas”, destaca.

De acordo com o engenheiro de laboratório, a higienização da caixa d’água deve ser feita a cada seis meses, ou quando perceber a presença de um material gelatinoso nas paredes. Isso indica a formação de um biofilme, ou seja, a impregnação de microrganismos na superfície do reservatório, comprometendo a qualidade da água.

Além disso, a quantidade de cloro na água é um fator crucial para evitar criação de organismos indesejados. O especialista explica que, quanto menor a quantidade do composto químico, maior a chance de proliferação.

“Se a concentração de cloro é inferior a 0,2 miligramas por litro, é necessário ficar em alerta. Ela diminui quando a água fica muito parada. Quando a família fica alguns dias fora de casa, deve-se desligar o registro de abastecimento da caixa para evitar que ela encha."

“Ao retornar, essa água não deve ser utilizada para hidratação ou para cozinhar, apenas para a higienização. Apenas depois do esvaziamento completo, a caixa d'água deve voltar a encher e o consumo continuar”, complementa.

Rian Francisco Bezerra é estudante de engenharia e morador de Jundiaí (SP). Ao g1, ele conta que, em sua residência, a limpeza é feita anualmente, devido à quantidade de sujeira que é decantada com o passar do tempo.

“Descobri a importância devido à coloração que a água de casa estava apresentando. Eu e o pessoal de casa tivemos virose várias vezes até sabermos qual era a causa do problema. No entanto, compramos um purificador para resolver”, rembra.

Para ele, o processo é composto por diferentes etapas e é realizado com a ajuda de outras pessoas. No final, o resultado é positivo, gerando uma melhoria na saúde de toda a família.

“Em primeiro lugar, eu jogo o cloro para limpar toda a sujeira que está impregnada na caixa. Outra pessoa, geralmente meu avô, fica responsável por fazer a drenagem embaixo. Esfrego bem e, depois, encho, faço outra drenagem e encho novamente. Assim, está pronta para uso”, detalha.

 Como realizar a higienização?

Com o registro de entrada de água fechado, utilize a água armazenada até ficar com apenas 20 centímetros de altura de água no reservatório. Com uma escova de fibra vegetal ou de plástico, esfregue as paredes da caixa para retirar todos os resíduos.

Em seguida, é necessário retirar a água com um balde, secando a caixa com um pano limpo. Logo após, abra o registro até voltar aos 20 centímetros e, juntamente, adicione 2 litros de água sanitária.

Passe a solução nas paredes da caixa e deixe descansar por aproximadamente duas horas, verificando a cada 30 minutos. Se estiver seco, repita o processo quantas vezes forem necessárias até completar o tempo.

Após esvaziar a caixa abrindo todas as torneiras, é necessário enxaguar as paredes e fundos, descartar o líquido e abrir a entrada de água, deixando a caixa bem fechada.

G1