Em reunião realizada nesta segunda-feira (27) por videoconferência, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a guerra com a Rússia precisa acabar até o final deste ano, antes que o inverno comece. A informação foi divulgada por dois diplomatas da União Europeia (UE), segundo a agência Reuters.

A cúpula do G7, grupo que reúne as sete principais economias do mundo, acontece desde o último domingo (26) na Alemanha. Em seu discurso, o ucraniano se dirgiu diretamente aos líderes do Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos.

Além disso, Zelensky também pediu que os países também doem mais armas e novas sanções contra Rússia. O grupo pretende anunciar um novo bloqueio contra o petróleo russo nesta semana.

Com o fracasso russo ao tentar dominar a capital da Ucrânia, Kiev, Vladimir Putin direcionou suas tropas para a região Leste, com foco principal em Donbass (Luhansk e Donetsk) que há anos convive com um conflito separatista alimentado por Moscou.

 

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia

A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.

Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.

Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.

Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.

A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.

Reuters