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Roberval Sakai foi presidente da Câmara de Bauru no biênio 2011-2012, quando teriam sido cometidas as irregularidades (Foto: Câmara de Bauru/Divulgação)

O ex-vereador de Bauru (SP) Roberval Sakai foi denunciado nesta quinta-feira (9) pelo Ministério Público (MP) por supostas irregularidades em licitações para compra de materiais de escritório. À época das supostas irregularidades, Sakai era presidente da Câmara de Vereadores.

Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), órgão ligado ao MP, a apresentação de denúncia ao Juízo Criminal de Bauru integra a terceira fase da operação denominada “Arquivos Deslizantes”.

A defesa de Roberval Sakai disse que ainda não tem conhecimento do teor da denúncia protocolada nesta quinta-feira. Afirmou anda que recebeu a notícia com surpresa, já que conhece a investigação e o ex-vereador não apresentaria nenhuma conduta irregular no caso.

Em nota, a Câmara de Vereadores de Bauru informou que tem colaborado com as investigações, fornecendo toda a documentação solicitada pelo Ministério Público.

Na cidade de Bauru, o Gaeco ofereceu denúncia contra sete pessoas. Além de Sakai, os demais denunciados são os donos e representantes das empresas que atuaram na fraude e que figuram “como membros de organização criminosa”.

De acordo com o MP, provas reunidas durante a operação indicam que Roberval Sakai, enquanto ocupava cargo de presidente da Casa, no biênio 2011-2012, participou da fraude no procedimento licitatório realizado para a aquisição dos chamados arquivos deslizantes, uma espécie de armário para a guarda de documentos.

Os procuradores sustentam que os fatos que levaram à denúncia do ex-vereador se referem ao Pregão Presencial nº 12, de 2012. O Gaeco diz que Sakai foi denunciado por “concorrer para o delito de frustração do caráter competitivo da licitação”.

Nas últimas eleições, em 2016, Roberval Sakai foi o terceiro candidato mais votado, com quase 4 mil votos, mas não foi eleito. Seu partido na disputa, o PMB, não atingiu o coeficiente eleitoral e ficou sem cadeira na Câmara.

A operação

A operação denominada “Arquivos Deslizantes”, que investiga organização criminosa voltada à prática de fraudes em licitações nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, foi deflagrada no último dia 14 de setembro.

Na ocasião, foram cumpridos 50 mandados, sendo 28 de busca e apreensão e 22 de prisão temporária, em diversas cidades dos etados de São Paulo e Minas Gerais.

Os procuradores do Gaeco identificaram mais de 70 licitações fraudadas pelo grupo que, somadas, geraram prejuízos aos cofres públicos na ordem de mais de R$ 8 milhões.

Na segunda fase da operação foram oferecidas 14 denúncias criminais pela prática de crimes previstos na Lei de Licitações, todas contra os integrantes da organização criminosa que vinha há anos praticando fraudes na compra de móveis de escritório.

 

Do G1