Do G1- Os moradores da região de Presidente Prudente (SP) puderam perceber que o Oeste Paulista está encoberto por fumaça, neste sábado (10). O fenômeno é proveniente de queimadas registradas na Amazônia, que fica a mais de 2 mil quilômetros de distância, desde o início da semana.

 

“Hoje, o dia amanheceu meio embaçado, mas isso é devido às queimadas ocorridas na região Norte, Mato Grosso, parte da Amazônia. Como a seca lá ainda está muito intensa, as queimadas atuantes em grande intensidade, isso aí provoca muita fumaça na atmosfera e, essa fumaça, tem se espalhado por grande parte da América do Sul, desde a região Norte atingindo aqui o Estado de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e até alguns países vizinhos”, ressaltou o climatologista Vagner Camarini.

Ainda conforme o climatologista, as queimadas formam uma “grande pluma de fumaça na alta atmosfera”, que bloqueia parte da radiação solar e faz com que o céu fique com este “tom esbranquiçado”.

Camarini falou também sobre a frente fria que deve chegar na região em breve e que pode limpar a atmosfera.

“O que deve ocorrer nos próximos dias, com a chegada da frente fria, é uma possibilidade de formação de nuvens de chuva e, mesmo com a chuva em pequena quantidade como está prevista, deve favorecer a limpeza da atmosfera”, finalizou Camarini.

Qualidade do ar

Conforme o Mapa da Qualidade do Ar, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a cidade de Presidente Prudente registra, às 12h deste sábado (10), índice 55 e uma qualidade do ar considerada “moderada”.

Os índices variam da seguinte forma:

N1 - Boa: de 0 a 40;
N2 - Moderada: de 41 a 80;
N3 - Ruim: de 81 a 120;
N4 - Muito Ruim: de 121 a 200;
N5 - Péssima: mais de 200.

Ainda de acordo com a Cetesb, pessoas com doenças respiratórias podem apresentar tosse seca e cansaço. E recomenda que pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares procurem reduzir o esforço pesado ao ar livre.

Queimadas

Em apenas sete dias de setembro deste ano, o número de queimadas na Amazônia já superou a quantidade de focos de incêndios de todo o mês de setembro de 2021.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma registrou 18.374 focos de incêndio entre 01 e 07 de setembro de 2022. Em 2021, foram 16.742 focos no mês inteiro – um aumento de quase 10%.

Até agora, o bioma teve 64 mil focos de incêndio – os números de 2021 vêm sendo superados desde maio. No ano passado inteiro, foram registrados 75.090 focos.

Em agosto, a Amazônia teve o pior agosto de queimadas dos últimos 12 anos. Foi o quarto ano consecutivo de números acima de 28 mil. O número foi tão alto que, segundo o programa de monitoramento ambiental Copernicus, da União Europeia, afetou "seriamente" a qualidade do ar na América do Sul.