"Teremos mil comissários, e talvez cem policiais para reagir se houver algum tipo de crime", disse o diretor executivo do COL

O Brasil espera que a Copa do Mundo de 2014 ajude a abandonar a tradicional prática de confiar a segurança dos estádios às tropas de choque da polícia militar. É o que diz Ricardo Trade, diretor executivo do COL (Comitê Organizador Local).

Como anfitrião, o Brasil é obrigado pela Fifa a usar comissários para controlar as torcidas, mantendo a polícia apenas de prontidão para o caso de distúrbios graves. "Queremos ter comissários dentro do estádio, como outros países estão fazendo", disse Trade em Madri, onde ele participa de um evento da Real Federação Espanhola de Futebol.
"É obrigatório fazer isso na Copa do Mundo, e talvez pudéssemos manter esse sistema depois", acrescentou. "A polícia ficará lá dentro do estádio, mas não com mil homens. Teremos mil comissários, e talvez cem policiais para reagir se houver algum tipo de crime."

 

A tropa de choque é uma presença constante em estádios brasileiros desde a década de 1980, quando a violência entre torcidas começou a se agravar.
No Estado do Rio de Janeiro, as autoridades criaram em 1991 uma unidade policial especialmente treinada para atuar em estádios, e policiais a cavalo costumam patrulhar o entorno do Maracanã.

Trade disse que o comitê organizador está colaborando com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e com o governo federal para criar uma nova categoria profissional de comissários de estádios, o que permitiria que a polícia se dedicasse a manter a ordem no lado de fora.

"É também melhor para eles", afirmou. "O problema é dar a oportunidade à polícia para não estar dentro do estádio, e sim cuidando das ruas, das estações de metrô e assim por diante. E dentro do estádio teríamos apenas segurança privada. Não estamos preocupados com os procedimentos policiais, só precisamos ter melhor controle sobre as pessoas dentro (dos estádios)".

O dirigente disse que esse "é um sistema usado em outros países que devemos seguir par tornar as coisas melhores no Brasil".

No mais recente incidente envolvendo policiais em estádios, jogadores do Arsenal Sarandí travaram confronto com a tropa de choque da PM mineira durante o jogo de quarta-feira contra o Atlético-MG, vencido pelos brasileiros por 5 x 2.

Os policiais agiram com rispidez contra os jogadores do time argentino, depois que os atletas foram tirar satisfações dos árbitros no final da partida.

O Brasil terá uma chance de testar o novo sistema durante a Copa das Confederações, em junho.

Reuters