O município de Itápolis registrou mais demissões do que contratações em 2012, com saldo negativo de 453 vagas em 2012, ante o saldo positivo de 2.586 em 2011.

 

Cidades citrícolas do interior paulista empregaram nos sete primeiros meses de 2012 17 mil trabalhadores a menos do que no mesmo período do ano passado. Como reflexo da crise vivida pelo setor devido à supersafra dos dois últimos anos, Araraquara, Bebedouro, Matão, Monte Azul Paulista, Itápolis e Tabatinga geraram 2.603 empregos no setor agropecuário em 2012, ante 19.915 de janeiro a julho de 2011, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.

A maior parte da queda é atribuída a Bebedouro. Apesar de ser a cidade do interior que mais gerou vagas em julho/2012 --3.746--, na agropecuária o total de empregos criados no acumulado do ano caiu de 9.024 para 1.812 --7.212 a menos no comparativo.

Há inclusive casos de cidades que registram mais demissões do que contratações, como Itápolis, com saldo negativo de 453 vagas em 2012, ante o saldo positivo de 2.586 em 2011.

Na avaliação de Marco Antônio dos Santos, presidente da câmara setorial de citricultura do Ministério da Agricultura, a queda de empregos se deve à crise da laranja.

"Houve contratação para cumprir acordos firmados no ano de 2011 e devem ser feitas mais algumas para a colheita de outras variedades de laranja, mas num nível bem menor. Um grupo de 25 produtores contratou 1.200 trabalhadores em 2011. Em 2012, foram oferecidas só 250 vagas."

A crise ocorre porque a previsão da CitrusBR (representante das grandes indústrias brasileiras) aponta sobra de 83 milhões de caixas (de 40,8 kg cada) da fruta no ano de 2012. Do total, 15 milhões de caixas se perderam, segundo os produtores.

Santos disse que outras 35 milhões de caixas de laranja estavam com prtevosão de serem desperdiçadas até setembro de 2012 porque, com estoque alto, devido à safra recorde de 2011, não haveria procura pelas frutas. O prejuízo poderia atingir R$ 500 milhões.

"Os produtores não estão conseguindo vender laranja por preço nenhum. Isso tem grande reflexo nas cidades movimentadas pela laranja."

TROCA DA LARANJA POR CANA

Presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, José Osvaldo Junqueira Franco atribui a menor geração de empregos principalmente a pequenos e médios produtores, que já cogitam inclusive mudar de cultura, passando a investir em cana, soja ou milho.

Junqueira Franco e Frauzo Ruiz Sanches, presidente do Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga, aguardam a medida anunciada pelo governador Geraldo Alckmin --compra de parte do suco para a merenda escolar.

A Secretaria de Estado da Agricultura informou que a medida está em fase de estudo pelo governo.

Fonte Folha de São Paulo