A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu informações de três estudos de vacina contra a Covid-19 brasileiras. Um destes imunizantes ainda em fase pré-clínica é da Farmacore Biotecnologia, em parceria com a americana PDS Biotechnology e a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

Em entrevista para a CNN neste domingo (7), a CEO da Farmacore Biotecnologia, Helena Faccioli, explica que a grande diferença deste imunizante, em fase de testes em animais, é a longa duração da ação protetiva.

“A gente tem testes de longo prazo em animais que mostram que depois de alguns meses, se você expõe de novo os animais ao coronavírus, o corpo ainda produz uma resposta imunológica. Então, ele tem uma duração maior no organismo das pessoas do que outras vacinas. Ela vai proteger por mais tempo”, diz.

Faccioli explica que já foram submetidos para a Anvisa todos os dados pré-clínicos. E que assim que aprovados, a previsão é que neste semestre se iniciem os testes em humanos.

“Nós já estamos em negociação com os centros clínicos e já tem uma seleção de quem vai executar o ensaio clínico para a gente", diz a CEO. "Agora, depende da nossa interação com a Anvisa para conseguirmos começar. Mas vai começar neste semestre, certeza”, afirma a CEO.

De acordo com Helena Faccioli, os resultados finais de alguns testes em camundongos serão finalizados no mês de março. "Para, então, submeter o pacote oficial e final com estes dados e obter a anuência para executar o ensaio clínico nos voluntários”, complementa.

Até agora, a Anvisa já teve acesso à documentação das etapas pré-clínicas e, segundo a CEO, a Farmacore vem realizando algumas reuniões de acompanhamento com a equipe técnica da agência.

Tecnologia

Diferentemente dos imunizantes já em uso no Brasil, a vacina brasileira da Farmacore aposta no uso de uma proteína recombinante derivada do coronavírus.

"Ela é formada por uma partícula nano lipídica e uma proteína recombinante que é a S1. A S1 é derivada do coronavírus. Uma proteína segura, de fácil manuseio e de fácil produção. Não contém pedaço de vírus ou vírus atenuado ou RNA ou DNA. Então, é simplesmente uma proteína recombinante com uma partícula nano lipídica", explica.

Faccioli detalha que, desde o projeto inicial, a premissa era a de se produzir um imunizante que o Brasil fosse autosuficiente tecnologicamente, justamente para evitar problemas no abastecimento de insumos.

“Nós pensamos em tecnologias que fossem de fácil produção, seguras e que pudessem ser produzidas integralmente no Brasil na fase de vacinação em massa. Algumas etapas, hoje, ainda são executadas pelo nosso parceiro americano, mas nós já estamos em conversa e negociação com uma indústria farmacêutica brasileira para que este processo esteja aqui durante a fase 3, que é a mais longa”.

CNN

Mais pacientes, mais leitos, mais medicamentos, mais mortes, mais horas trabalhadas, mais pressão. Desde março de 2020, a rotina dos médicos de Araraquara, assim como de grande parte das cidades do Brasil, se intensificou com o surgimento da Covid-19, mas nada se compara ao último mês.

Neste ano, a cidade com cerca de 240 mil habitantes bateu todos os recordes de contaminação, internação e mortes desde o início da pandemia. Em 55 dias de 2021 ultrapassou o número de mortes por Covid registrado em todo ano de 2020.

Após São Paulo bater recorde de mortos por Covid-19 e internados com a doença, o governo paulista deve anunciar nesta quarta-feira (3) que mais regiões do estado vão para a fase vermelha, a mais restritiva do Plano SP de flexibilização econômica.

Nesta terça (2), ao ser questionado sobre possibilidade de lockdown, o governador, João Doria (PSDB), afirmou que não descarta nenhuma medida.

Mais de 400 prefeituras de todo o país, incluindo 18 capitais, demonstraram interesse em integrar o consórcio da Frente Nacional dos Prefeitos para a compra de vacinas contra a Covid-19, disse nesta quarta-feira (3), ao Bom Dia São Paulo, o prefeito de Ribeirão Preto e representante da região Sudeste na entidade, Duarte Nogueira (PSDB).

Os municípios têm até sexta-feira (5) para aderir ao movimento, que deve ser constituído oficialmente em uma assembleia marcada para 22 de março. Até o início da semana, eram 100 cidades interessadas.

A Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos publicou um documento nesta quarta-feira (24) afirmando que a vacina produzida pela Johnson&Johnson, administrada em dose única, oferece alta proteção contra os casos graves e mortes por Covid-19, inclusive contra a variante sul-africana, além de reduzir a transmissão do vírus nos vacinados.

Segunda a FDA, a vacina teve eficácia geral nos Estados Unidos de 72% e de 64% contra a variante sul-africana. A eficácia na África do Sul foi sete pontos superior aos dados anteriores divulgados pela Johnson.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse em sessão de debates com os senadores, nesta quinta-feira (11), que a imunização dos brasileiros contra a Covid-19 será feita por completa até dezembro de 2021.

"Nós vamos vacinar o país em 2021. 50% até junho e 50% até dezembro da população vacinável. Este é o nosso desafio e é o que vamos fazer", garantiu Pazuello.

A vacina de Oxford contra a Covid-19 pode ter a capacidade de reduzir em até 67,6% a transmissão do novo coronavírus, apontaram cientistas da universidade em um estudo preliminar divulgado na terça-feira (2). A pesquisa está em fase de revisão por outros cientistas para ser publicada na revista "The Lancet", uma das mais importantes do mundo.

É a primeira vez em que um estudo de fase 3 de uma vacina contra a Covid leva em conta os casos assintomáticos da doença. Esse dado ajuda a entender o quanto ela pode ajudar a reduzir a transmissão do coronavírus.

Os resultados foram calculados a partir de dados de 17.177 voluntários em três estudos separados (no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul). Deles, 8.597 tomaram a vacina e 8.580 não tomaram (grupo controle). Veja os principais pontos:

Houve, ao todo, 507 testes positivos de PCR entre os 17.177 voluntários. O teste PCR positivo significa que a pessoa tem o coronavírus no corpo, mas não necessariamente que tem sintomas de Covid. Ou seja: esse número também engloba os casos assintomáticos da doença.

Desses casos, 161 foram nos que receberam a vacina (8.597 participantes), o que equivale a 1,9% dos voluntários. Os outros 346 foram nos que não receberam (8.580 participantes), o equivalente a 4% deles.

    De forma geral, houve uma redução de 54,1% no número de casos no grupo vacinado em relação ao grupo não vacinado – considerando, pela primeira vez, os casos assintomáticos.

    Nos voluntários que receberam uma meia dose da vacina seguida de uma dose padrão, houve uma redução de 67,6% nos casos de Covid no grupo vacinado em relação ao não vacinado, considerando os casos assintomáticos.

    Nos que receberam duas doses padrão da vacina, a redução nos casos de Covid, mesmo os assintomáticos, foi de 49,5%. Esse foi o regime autorizado pela agência regulatória do Reino Unido.

    No primeiro anúncio dos resultados de eficácia da vacina, os cientistas de Oxford já tinham visto que a dose menor seguida da dose padrão tinha uma eficácia maior do que as duas doses padrão. Os pesquisadores ainda não sabem por que isso aconteceu.

    "Esses dados indicam que a ChAdOx1 nCoV-19 [nome oficial da vacina de Oxford], usada nos esquemas autorizados, autorizadas, pode ter um impacto substancial na transmissão, reduzindo o número de indivíduos infectados na população", dizem os pesquisadores.

Os pesquisadores mediram o impacto na transmissão por meio de testes do tipo PCR, considerado o "padrão ouro" de diagnóstico da Covid. Os testes foram feitos semanalmente nos participantes, mesmo naqueles que não tinham sintomas, para avaliar o potencial da vacina em impedir a transmissão da doença. Por ora, o principal objetivo das vacinas contra a Covid é evitar casos graves e mortes, e não necessariamente a transmissão do coronavírus.

O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, classificou os resultados como "absolutamente excelentes". "Agora sabemos que a vacina Oxford também reduz a transmissão e que nos ajudará a sair dessa pandemia", disse.

Novos dados de eficácia

O estudo é o mesmo que apontou que a vacina de Oxford/AstraZeneca teve eficácia de 76% com a aplicação de uma só dose do imunizante. Essa proteção começa três semanas após a aplicação e é mantida por até 90 dias.

Uma eficácia de 76% significa que a vacina conseguiu reduzir em 76% os casos de Covid-19 no grupo vacinado em relação ao grupo não vacinado.

A pesquisa também apontou uma eficácia de 82,4% com a segunda dose, se aplicada três meses após a primeira. Esse novo resultado é melhor do que o encontrado anteriormente, que apontava uma eficácia de 54,9% quando o reforço foi aplicado após um mês e meio.

Se ele não for detectado, mesmo que a pessoa esteja infectada, é um sinal de que o vírus não pode ser transmitido. A pesquisa, que ainda não foi revisada por pares, apontou uma redução de 67% nos testes positivos entre os vacinados.

Vacina de Oxford no Brasil

A vacina de Oxford/AstraZeneca, a ChAdOx1 nCoV-19, está sendo aplicada no Brasil após aprovação para uso emergencial. Na sexta passada (29), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu o pedido de registro definitivo e terá 60 dias para avaliar sua aprovação.

Por enquanto, o Brasil está aplicando as 2 milhões de doses que foram produzidas na Índia e importadas do Instituto Serum.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) importou a tecnologia da vacina, aguarda a chegada dos insumos e a possível aprovação definitiva da Anvisa e prevê a seguinte produção nos próximos meses:

    50 milhões de doses serão produzidas no Brasil até abril, após a chegada dos insumos;
    100,4 milhões até julho;
    A previsão é de mais 100 milhões de doses entre agosto e dezembro (uma nova importação dos insumos será necessária).

G1