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Por meio de uma mensgem no Facebook, a Marinha tailandesa confirmou o resgate, nesta terça-feira, de todos os 12 meninos e o técnico de futebol que estavam presos em uma caverna no Norte da Tailândia.

Eles haviam entrado na caverna no dia 23 de junho depois de um treino, e acabaram surpreendidos por fortes chuvas que inundaram o local e bloquearam a saída. Eles foram encontrados por mergulhadores na semana passada, após nove dias. Estavam famintos, mas sem ferimentos graves.

Oito integrantes do grupo haviam sido resgatados nos últimos dois dias. De acordo com representantes do governo, estão em "bom estado de saúde físico e mental", mas ficarão em observação no hospital por pelo menos sete dias.

Os que continuavam presos recebiam cuidados e orientações de um médico e de mergulhadores da força de operações especiais da Marinha. A última etapa do esforço para resgatá-los começou logo após as 10h no horário local (meia noite, no horário de Brasília), com 19 mergulhadores entrando na caverna.

Já os oito resgatados entre domingo e segunda-feira foram submetidos a exames de raio-x e de sangue. Dois estão sendo tratados contra uma inflamação pulmonar.

A parte final da operação agora será a retirada de quatro mergulhadores, incluindo um médico, que permaneceram na caverna até que o resgate fosse concluído.

Readaptação
Autoridades sanitárias explicaram que nessa fase de readaptação fora da caverna, inicialmente eles receberam comidas instantâneas e géis energéticos, mas agora estão comendo alimentos fáceis de digerir. Alguns dos meninos também já viram seus pais - mas apenas através de um vidro para reduzir chances de eventual contaminação.

Resultados de exames complementares são esperados dentro de alguns dias e se todos os sinais de infecção tiverem desaparecido, a expectativa é que as famílias possam visitá-los. No entanto, terão de vestir roupas de proteção e de ficar a até 2 metros de distância.

Os meninos também têm de usar óculos escuros depois de terem ficado na escuridão da caverna por mais de duas semanas.

Segundo a equipe de resgate, a diminuição das chuvas e do nível da água - depois que foram drenados 128 milhões de litros do local - possibilitou adiantar os trabalhos.

Segundo o líder da operação, o nível de água no interior da caverna é o mais baixo registrado até agora.

No total, 90 mergulhadores participaram da operação de resgate - 40 tailandeses e 50 estrangeiros. A missão era considerada de alto risco.

Desde que se ficou sabendo do desaparecimento de 12 adolescentes e seu treinador, o povoado mais próximo da caverna, Maesai, ficou muito unido.

Voluntários têm se oferecido para ajudar com alimentos e apoio psicológico às famílias dos jovens, além de terem arrecadado dinheiro para ajudar os parentes que precisaram se ausentar do trabalho para acompanhar as operações.

Quem são os garotos e o treinador presos na caverna?
Chanin Vibulrungruang, 11 (Apelido: Titan) - começou a jogar futebol aos 7 anos de idade;
Panumas Sangdee, 13 (Apelido: Mig) - escreveu aos pais: "A Navy Seals (a força de operações especiais da Marinha) está cuidando bem de mim";
Duganpet Promtep, 13 (Apelido: Dom) - capitão do time de futebol. Estaria sendo sondado por vários clubes profissionais da Tailândia;
Somepong Jaiwong, 13 (Apelido: Pong) - sonha em jogar na seleção tailandesa;
Mongkol Booneiam, 13 (Apelido: Mark) - descrito pelo professor como "um bom garoto e muito respeitoso";
Nattawut Takamrong, 14 (Apelido: Tern) - disse aos pais que não se preocupem com ele;
Ekarat Wongsukchan, 14 (Apelido: Bew) - prometeu à mãe que a ajudaria uma vez que fosse resgatado;
Adul Sam-on, 14 - membro de uma equipe de vôlei classificada em segundo lugar em um torneio no norte da Tailândia;
Prajak Sutham, 15 (Apelido: Note) - descrito por amigos da família como um "rapaz inteligente e tranquilo";
Pipat Pho, 15 (Apelido: Nick) - pediu aos pais, na carta, que o levem para comer churrasco quando for resgatado;
Pornchai Kamluang, 16 (Apelido: Tee) - disse aos pais: "não se preocupem, eu estou muito feliz";
Peerapat Sompiangjai, 17 (Apelido: Night) - completava ano no dia em que o grupo entrou na caverna para comemorar e os pais dizem que o esperam agora para fazer sua festa de aniversário;
Treinador assistente Ekapol Chantawong (apelido: Ake), de 25 anos - em carta aos pais dos garotos, pediu desculpas pelo ocorrido, mas eles responderam que não o culpavam. (BBC)