Cerca de 240 trabalhadores do hospital aderiram à paralisação.

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Os cerca de 240 funcionários da Santa Casa de Itápolis que aderiram à greve por tempo indeterminado estão revezando os horários para manter o mínimo de atendimento nas alas do hospital. “Todos setores estão entrando funcionários. Tem uma escala enfermagem, a cada duas horas sai uma turma entra outra para não deixar nenhum paciente desamparado”, garante Rui Aparecido Rico da Silva, diretor do Sindsaúde de Campinas, que representa os funcionários da Santa Casa.

A paralisação foi decidida após um acordo firmado durante uma audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT) no dia 28 de novembro não ter sido descumprido. Desde 2007 o hospital, que é o único de Itápolis, está sob intervenção municipal. A prefeitura repassa R$ 400 mil ao mês, o que equivale a quase 60% dos gastos da santa casa. O restante é custeado pelo SUS.

A santa casa de Itápolis acumula uma dívida de quase R$ 9 milhões. A maior parte dela está relacionada a encargos trabalhistas. Desde 2011, o fundo de garantia dos funcionários não é depositado. Além disso, o décimo terceiro salário do ano passado até agora não foi pago. “Décimo terceiro dois atrasados e eles não estão pagando fundo de garantia, INSS. Faz muita falta para gente e a gente não está tendo consideração. Hospital inteiro está sendo prejudicado”, destaca Maria de Fátima, funcionária da lavanderia do hospital.

Rodrigo César Del Mundo trabalha no laboratório do hospital e afirma que a falta de material no setor está prejudicando o tratamento de pacientes, já que alguns exames não são realizados. “Está faltando material para colher exames. Para realizar exames. Pacientes estão ficando na mão. Alguns exames não estão sendo realizados como o exame de magnésio, acido úrico, CPK que é de enzimas cardíacas, então não temos mais condições. O que nós temos está em uso a assim que acabar vai acabar todos os exames. Vai parar de ser feito”, afirma.

Em meio a crise, vereadores aprovaram na semana passada, um projeto da prefeitura que criou uma contribuição mensal voluntária à Santa Casa, cobrada na conta de água dos moradores de Itápolis. O valor mínimo é de R$ 5.

O Ministério Publico do Trabalho acompanha a greve. Em audiência, o interventor da Santa Casa se compromete a fazer o pagamento do décimo terceiro até o dia 20 deste mês. Caso contrário, o interventor e o prefeito Júlio César Mazzo poderão responder por improbidade administrativa. “Do dia 20 não passa. Foi assinado um termo de compromisso com o juiz. Isso é documento. Não é palavra minha ou do Pedro, que é o administrador. Isso foi assinado. Acho que é legal a greve, acho mas acho que é imoral”, ressalta o interventor João Batista Araújo.

Estado
Nesta quarta-feira, o governador Geraldo Alckmin lançou um programa de auxílio financeiro às Santas Casas e hospitais filantrópicos, no entanto Itápolis não foi contemplada.

Na região Centro-Oeste Paulista, as Santas Casas contempladas são de Jaú, Cafelândia, Marília, Tupã, Palmital, Paraguaçu Paulista, Assis, Salto Grande, Pompéia, Ibitinga, além do Hospital Santa Luzia, de Duartina, o Hospital Nossa Senhora da Piedade, de Lençóis Paulista e, Hospital São Francisco, de Tupã.

G1