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Com o objetivo de evitar a poda drástica e irregular, a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental está orientando a população de Itápolis a se conscientizar de que esta atitude prejudica o desenvolvimento da árvore e consequentemente o meio ambiente. Na última semana, a prefeitura identificou uma série de podas drásticas em árvores plantadas nas calçadas da cidade, nas quais as espécies ficaram totalmente sem folhas. Segundo o Secretário de Desenvolvimento Ambiental, a poda drástica é considerada um crime contra o patrimônio público e contra o meio ambiente, não devendo ser retirado mais que 30% da massa verde da árvore. As podas das árvores só se justificam em casos de interferência da rede elétrica ou obstrução da via pública por conta dos galhos e folhas. Em caso de dúvida, a Secretaria está à disposição para avaliar a necessidade ou não da poda.

Chegando o inverno, acentua-se a prática de podas em árvores dos pátios das casas e calçadas da via pública. Em alguns casos, as podas são feitas pelos moradores ou seus jardineiros, mesmo em árvores da via pública. Como já é tradicional, algumas árvores são “decapitadas” para a remoção total da copa, e esta prática é ilegal, pois mutila o vegetal, infringindo o artigo 49 da Lei Federal n° 9605/98 (Lei dos Crimes Ambientais): “Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia”.

As árvores não dependem da poda anual para sobreviverem; ao contrário, as pessoas é que se beneficiam com as podas, sem considerar a vitalidade da planta. Quando rebrotam, os galhos desenvolvem-se em número muito maior que anteriormente, pois cada galho podado dá origem a vários outros. Estes crescem desordenadamente, dando um aspecto envassourado à copa da árvore, que fica artificializada e repleta de lesões e necroses nos galhos, comprometendo a vitalidade à médio prazo e impondo riscos inevitáveis às pessoas e bens materiais, como queda súbita de galhos.

Razões para não fazer poda drástica

A remoção completa da copa de árvores, chamada poda drástica, retira da planta as reservas energéticas que ajudariam a mantê-la durante o inverno, uma vez que nesse período ela se apresenta sem folhas e conseqüentemente não realiza fotossíntese, além desses nutrientes serem muito importantes também no período pós-inverno, quando a planta sai da dormência e começa a brotar. As folhas armazenam pequenas quantidades de reservas, mas o desequilíbrio se dá não pela perda foliar, mas sim dos ramos que contêm as gemas para as quais foram transferidos os nutrientes das folhas.
Outra conseqüência da poda mal feita é o apodrecimento do lenho nos casos de cortes de grandes proporções ou em tocos restantes. Estes lenhos recebem umidade e o ataque de fungos e insetos, sofrendo necroses muitas vezes profundas, principalmente se a árvore possuir uma madeira muito fraca e porosa.