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Aos 66 anos, Robert Plant já não tem a mesma vitalidade e tampouco a mesma potência nos agudos dos tempos de Led Zeppelin. Mas o vocalista tem consciência disso e soube mostrar uma honesta versão contemporânea da banda, além de trabalhos recentes, neste sábado, 28, no palco principal do Lollapalooza, em São Paulo.

As influências africanas são marcantes nas experimentações de Plant e do atual grupo de apoio dele, o The Sensational Space Shifters. Elas apareceram em "Turn It Up” e “Little Maggie”, canções do novo álbum solo do cantor, Lullaby and... The Ceaseless Roar, de 2014.

O público majoritariamente jovem que preencheu cada metro quadrado do imenso gramado no Autódromo de Interlagos, não assimilou muito bem a mistura afro em “Black Dog” e demorou para reconhecer o clássico do álbum Led Zeppelin IV.

Os tambores de Plant e uma espécie de berimbau misturado com violino tocado pelo multi-instrumentista Juldeh Camara também ornaram “Rock and Roll”, mas essa foi apresentada mais à moda antiga, para a alegria dos órfãos dos históricos tempos de Jimmy Page.

“Babe, I’m Gonna Leave You”, "Going to California” e “The Lemon Song” (tocada na edição argentina do Lolla por Plant e Jack White, atração também deste sábado, 28, no festival paulistano) foram quase 100% fiéis ao original, emocionando de vez os devotos do rock.

Plant, cujas onomatopeias competiam com os “hey e ho” de Marcelo D2, que fez show ao mesmo tempo no palco ao lado, não poderia se esquecer da principal fonte da obra dele, o blues, que deu roupagem nova a “Whole Lotta Love” e ganhou remodelação em “Spoonful”, porrada sonora de Howlin’ Wolf. (da Rolling Stones)