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Menos de um mês depois da eliminação do Brasil na Copa, Neymar voltou a testar sua popularidade. E não foi boa, de acordo com críticas nas redes sociais. A veiculação na TV de comercial em que admite exageros no torneio, desabafa sobre as críticas e promete superação mostrou novamente um lado desastroso. Se a peça publicitária pôs em evidência a marca Neymar, por outro lado colocou em dúvida o êxito da campanha para sua imagem.

Para o publicitário Washington Olivetto, a ideia não foi boa para Neymar. "O que faz melhor para ele é exercer o grande talento que ele tem: jogar bola e se retirar um pouco da mídia", disse ao Estado. A aparição do atacante em comerciais em momento de crise não é inédita.

Segundo Olivetto, a campanha do domingo voltou a abordar tema que já esfriava: as simulações. "O mesmo poder que a comunicação tem de construir, tem para realimentar o problema. Uma peça às vezes mais relembra o problema do que ajuda a esquecê-lo", avaliou.

Neymar deixou a Rússia com a fama de simulador de faltas e alvo de deboches. Suas quedas em campo viraram memes pelo mundo. O pai do jogador e demais funcionários de sua empresa estabeleceram um plano de ações para recuperar a reputação arranhada do atleta.

Segundo levantamento global da empresa Kantar Sports, representada pelo Ibope, Neymar foi assunto em mais de 25 milhões de posts nas mídias sociais nas últimas semanas. Durante a Copa, mais de 60% do conteúdo era negativo, em especial piadas e divertidos memes.

O contexto combinou com a ideia da Gillette de realizar a campanha. Para a produção do comercial, os publicitários redigiram um texto e foram até Santos para o jogador gravar a narração. A empresa, a agência de publicidade responsável pela ação e o estafe de Neymar explicaram em nota que a ideia do comercial foi construída em conjunto.

"Assim como muitos outros, Neymar encara desafios, lesões e derrotas, e o objetivo do fabricante de barbeador é encorajar os homens, sem distinção, a refletirem sobre a oportunidade de se tornar um novo homem todo dia", informa a nota.

Em 2010, pouco depois de brigar com o técnico Dorival Junior, ainda no Santos, ele gravou com a Nextel. Já em 2014, após deixar a Copa machucado, estrelou campanha da Claro.

Para o professor de marketing esportivo da ESPM, Ivan Martinho, a peça publicitária teve efeito positivo. "Neymar mostrou ter uma grande força midiática. Mesmo depois da Copa e de ele não ter sido o protagonista, continuou no alto", disse. A mesma avaliação vale para a marca. "A empresa conseguiu o alcance buscado. Conectar o Neymar à sua imagem. Desse ponto, a peça foi brilhante".

Os patrocinadores representam uma fatia importante para o faturamento de Neymar. Cerca de 60% dos ganhos dele vêm dos contratos publicitários. (Terra)